segunda-feira, 1 de abril de 2019

Sensações




Uma das sensações mais prazenteiras que podemos vivenciar é o soltar a mão de um filho que perdeu o medo de caminhar. Quanto mais longe ele caminha, e mais se afasta do nosso alcance, a sensação de plenitude cresce, torna-se pássaro que carrega no bico a semente da eira do criador da qual também somos semeador.

Igual que uma vide arredia que estacamos com o nosso sangue se preciso for, aquecida pelo sol, e reconhecida em tanto amor, desdobra-se em latada de frescura e frutos, que à mente exultam e a alma carece.

Qual cajado que frutifica em caduceu de Mercúrio, assim é o cuidado amoroso, confiante, libertário, bênçãos a acumular, das aves que de uma forma ou outra ajudamos a elevar.

Que as cálidas correntes celestes estejam sempre presentes nas sendas dos pássaros que estendem as asas, pois é tempo… de voar...



Abraço de Paz e Luz



A.






sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Recados do Céu


Era uma vez...

Num bosque de sombras vivia um passarinho

Perguntava a quem passava qual a rota do Sol

Sentia, ser esse o caminho para o Reino, seu lar

Asas cor de azeviche, que a Lua quer emitar

Jeito de corsa ferida por setas de amores míticos

Emitia um grito de guerra, escarpa rochosa

Que à sua Alma, impedia qualquer de chegar

Coração tão grande, que ao Céu podia abarcar

Teia de mágoas....

Que não conseguem apagar a luz do seu olhar

Fogo gerado na raça dos Anjos que encarnam

Testemunhos, de quão presente, é o amor eterno

O tempo é chegado...

De semear o oiro que te foi dado a guardar

            – Paz – Harmonia – Alegria –

Fénix renascida, candeia de sorriso disfarçada

Ilumina os trilhos, que o céu tem ainda para te dar...



Do Céu... para Ti





sábado, 8 de dezembro de 2018

Da minha janela

Dedos que dançam no teclado
No olhar meço o Céu, palmo a palmo,
Espatulado, azul entornado
Monet inacabado
No debrum das nuvens
Baloiçam asas serenas
Pressentidas apenas
Do anjo extraviado nos labirintos lunares
Acena-me em gesto de reconciliação
Abro a janela, e o coração, de par em par
Alegria, minha, do que sou sem ser, do ser
Que se perde e se encontra sem se perder
Chão que rodopia e lança o pião, sempre
Na mesma direcção, sem terra ou semente
Apenas a fé, que sou e estou em toda a gente
A. 


sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

O homem livre sempre amará o mar





O homem livre sempre amará o mar

Inspira-se na sua respiração ofegante
com que canta baladas ao céu e à lua

Recolhe-se em oração pelos ausentes
a quem o mar deu guarida e libertação

Dele, recolhe o valor das ondas perenes
ou do som que embala suas memórias

Nele derrama lágrimas inexpressivas
pela liberdade de ser, o que não quer

O homem livre sempre amará o mar


A.


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O Caminho faz-se Caminhando


“Para mim é muito penoso não saber-te amar melhor, é necessária uma coragem que em mim não encontro; a fragilidade da condição humana derrota-me muitas vezes. Então lembro que vieste cá mostrar o caminho, de como transcender a essa mesma condição seguindo teu exemplo teu amor. Bem Hajas Senhor.”

http://oro-contigo.blogspot.com/


Bem Hajas Senhor

domingo, 11 de novembro de 2018

Santuário





Santuário

Vi tua alma peregrina
Derrubar as paredes opressoras

Galgar degraus que fendem o infinito
Pintar vitrais de luz e sombra, imortais

Orar em altares perfumados de sândalo
Enfeitado de anéis cor de açafrão

Em tempo de absolvição

Jaz a alma, livre, gloriosa concepção 
Mãos em concha bem junto ao coração

No tempo infinito, esboço nebuloso
Sonho de Deus codificado

Com meus dedos perfumados
Cinjo teu rosto com louros

Coroa reservada aos iniciados
N`alameda da consagração



A.


Salva de Prata


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Estrela Vespertina


Onde ficou o teu ouro, minha estrela vespertina
De que sombra se vestiu, meu olhar obscureceu

É a sombra daquele que se perdeu, que
sem saber fazia o ouro brilhar como teu

Moldura de retrato, de um amor em abstracto
No correr das eras, fora do tempo, renasceu

A fina lamina do punhal de um dia, que no som
da mesa equilibra o jorro de sangue do coração

De Hermes tomas as asas, de Mercúrio o caduceu
Ave sem rumo, peregrina, que da Arcádia se perdeu

Para se encontrar no infinito de um vago olhar,
lamento de um grito amordaçado pelo respirar

De tormentos te enfeitas, os quais fazes brilhar
Como se foram jóias, do teu coração a soçobrar


Requintes de um incontornável exterminar,
da salvação que muitos te querem ofertar

Cada segredo é um peso, do jugo secular
Nas marés do olvido procuras libertar

Da prisão das palavras e maravilhas,
que em vão se tentam culminar

Mergulha no saber, dá voz ao sentir
Pelo barca serena da compreensão

Manifeste-se em ti o saber do Mestre,
e no repetente, finalmente uma redenção

Reanima a tua chama de Alma consagrada
Ao sonho primevo, filho, irmão, Anjo de Luz

Corpo de paz, estrume da terra, seara de dor
plano maior, as flores vai beijar.

Setembro 2012
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