sábado, 4 de agosto de 2018

No pátio do recreio

No pátio do recreio os corações brincam às escondidas, mas por mais que procurem… não existe lugar algum onde possam esconder-se… e a terra estremece, o mar endoidece, o céu escurece, a seca acontece, a dor perpetua-se… Porque o coração tem esse poder, o de influenciar: a rudeza das montanhas - as tempestades solares - as nascentes de água - as fases lunares - as tormentas do mar. 

Pobres corações…

A.


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

O Cais



Todos temos um cais de onde partimos e aonde chegamos
Cada dia mergulhamos na faina da vida, léguas e funduras
Mas o cais, esse está sempre lá…
Mestre-escola das sendas da vida,
O coração mapeia o labirinto dos porquês
Em dias que estremece de saudade
O Espírito liberta-o, voga sereno
Porque o cais, esse está sempre lá…

A.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O Príncipe




O Pequeno Príncipe 


Menino pequeno, perdido no mundo 
sozinho e cercado de imagem e ilusão, 
vagando, vagando sem número e data, 
descobre a verdade no meio do chão. 

Descobre na terra, de olhos pr'o ceu, 
pequeno menino perdido e sozinho, 
reinados de estrelas, de sóis e de flores, 
poemas ficados na cruz de um caminho. 

Menino pequeno, sozinho encontrou 
prazer escondido de olhar e sonhar 
viver e cantar, beijar e reinar, 
deitar e chorar, num berço de ar 

Menino tão só, perdido e pequeno 
que veio do céu, que acaba no mar, 
com um sopro retira, do chão, essa gente 
e ensina que é fácil ter asa e voar 

Menino sozinho, no mundo perdido 
Menino perdido, pequeno e querido.

Antoine de Saint Exupery




Conjugar o verbo Amar




Era uma vez….

Um anjo doutros céus em peregrinação. Tinha mil anos quando nasceu. Investido do poder da sedução, com esta, fez a sua legião.

Cavalgou os terrenos pantanosos, onde se formou, na idade dos porquês tudo nele eram teses vivenciadas, saturadas, vazias.

Luz e escuridão, empurrar e puxar, como as marés que a Lua provoca no mar, fez castelos para o siroco habitar.

Fez-se homem no alimento de tantos seres, aproxima-se de Deus, para a ele se igualar, ou quem sabe, nele se encontrar, veste-se de paz,  sem a conseguir assimilar.

De guerreiro se investe qual cavaleiro feudal, em demanda intemporal, de um graal orlado de conchas e raios de sol, onde minas dão flor de minério exuberante.

Emite esteira de amarga luz que se matura e engrandece no amor que colhe sem nunca o semear.

Baloiça-se nas ondas, na lua adormece. Cresce e retorna à origem do céu de onde emigrou pela escada da liberdade, porque é um Anjo, que ensaia o voar. 

O seu rumo? Aprender, a conjugar o verbo Amar.

A.