Comunicação
“A palavra é metade de quem a pronuncia
e metade de quem a ouve”
Montaigne
Comunicar, não é o mesmo que falar!
Ao longo das eras, a comunicação foi perdendo a
pureza inerente à razão da sua função, passando a ser, a proposta conveniente que
uns, tentam fazer prevalecer sobre os outros.
“Comunicare” vem do latim e significa
“tornar comum”. O ser humano no seu caminho evolutivo, e pela comunicação, ia
tornando comum, as suas ideias, saberes e sentires.
Circunstâncias similares em época, ou situação
geográfica, eram a base da comunicação, da sabedoria e dos conhecimentos,
herança de cada povo aos seus descendentes.
No decorrer do percurso evolutivo e civilizacional,
o Comunicare adquire personalidade, incorpora as linhas
condutoras da materialidade. Estas por sua vez, tornam-se também, as teias, os
véus do nosso campo emocional.
E o Comunicare passa, de elo de união,
a ferramenta de imposição e consequente exploração, porque…A Alma
silencia.
Duas vertentes passam a reger a comunicação:
- A supremacia do ego
- O interesse financeiro
Estas vertentes subdividem-se ainda em várias
escalas.
Na interacção individual, e na maior parte dos
casos, o Comunicare tornou-se um jogo de Ping-Pong onde
lançador/receptor/lançador não vêm sequer a bola passar.
Tudo aquilo que emitimos, quando em veracidade,
reveste-se da cor da consciência superior – tudo aquilo que recepcionamos, e
quando despertos, só pode ser apreciado à luz dessa mesma consciência.
Pela interferência instintiva do ego tornamo-nos analistas
de resultado pré programado.
Ou seja, digerimos a comunicação que nos chega, com
os ácidos armazenados no nosso celeiro emocional. As nossas vivências, bem ou
mal resolvidas, são o tradutor da informação que recebemos.
A essência da comunicação desta entrega é: reflexão
para um bom reconhecimento.
Num processo intencional de expansão de consciência,
toda comunicação que nos chega deve transpor a barreira do ego, o escolho
emocional, e ser reflectida ao âmago do nosso Ser.
Aí, o reconhecimento aflora de imediato sobre tudo
aquilo que é verídico, que faz parte da nossa verdade.
Daí também, podemos depois reflectir nos outros, e
no mais puro Comunicare, o SER, e como tal…Dar voz à Alma.
A.