Carta à Alma Cósmica a laborar noutras dimensões, aquela que no mais profundo do nosso ser todos procuramos...o nosso Amor... aquela que é também chamada de Eu Superior.
Aquela em cuja irradiação me renovo.
Da qual sou holograma em missão de experimentação.
Estou sempre presente em Ti,
tal
como Tu estás sempre em mim...temperando a saudade...
Hoje, neste aqui e agora, pelo fio da minha Alma, o que sou além de mim,
que se funde no que és além de ti, escuta-me amor…
Sim meu amor… que me ocupa, que me enche, como o
rio que se espraia e descansa, no seio duma albufeira.
És a voz que incendeia as palavras
que não pronuncio, o fio de ouro líquido com que minha mão desenha as estrofes
que no cosmos se eternizam.
- Escuta-me amor! Percebe o som que da minha alma se eleva pois
nunca em qualquer era, tive a força de dizer o que é preciso fazer.
Se do corpo é preciso
libertar, a matéria transmutar, tanto trabalho ainda há a fazer, devemos
aprender: a dispersar a energia condensada no pensamento andante, que se funde
totalmente, onde um é colo, onde o outro se recolhe em carícia singela sem
noção de mal.
- Escuta-me amor! Nesta hora adormecido pelo acórdão planeado noutras vidas ajustado, “No
Início era o Logos = Verbo”, na força da palavra gerada no sentimento, está a
força do Início da Criação.
Nas horas esquecidos, como
amantes sedentos, absorvemos o elixir que do outro emana, lenta, suavemente,
como brisa perfumada em jardim de mil aromas que cura, eleva e inebria
- Escuta-me amor! O futuro não existe, é apenas a sombra estendida
do abraço do ontem e do hoje, do qual se faz a ponte para o adiado presente que
alguns teimam em chamar futuro. Meu querido amor se foi para aprender a
libertar do corpo material, por qual dos sentidos iniciar? Pois se tudo é
experimental…e assim mesmo… são também os meios sensoriais de
vivência e expansão da Omnipresente e Omnipotente Consciência Divina….
- Estou disponível amor! para aprender a
transmutar, tudo a bem da missão da matéria transcender…ensina-me, diz-me por
onde devo começar!
Talvez por estas letras
apagar? Mas como apagar aquilo que não é só meu? Diz-me amor, onde está o meu,
e o teu meio, para que possa apagar o meu meio sentir, que o teu inspirou.
Mas… assim… será que existe
um meio meu ou teu?
Entrego ao vento estas palavras, que se condensem em gotas de prata para ao rio da vida alimentar, e que se
deteve, numa albufeira, por momentos, a descansar...
A.