sábado, 8 de dezembro de 2018

Da minha janela

Dedos que dançam no teclado
No olhar meço o Céu, palmo a palmo,
Espatulado, azul entornado
Monet inacabado
No debrum das nuvens
Baloiçam asas serenas
Pressentidas apenas
Do anjo extraviado nos labirintos lunares
Acena-me em gesto de reconciliação
Abro a janela, e o coração, de par em par
Alegria, minha, do que sou sem ser, do ser
Que se perde e se encontra sem se perder
Chão que rodopia e lança o pião, sempre
Na mesma direcção, sem terra ou semente
Apenas a fé, que sou e estou em toda a gente
A.