“O
perdão é um acto unilateral de amor»
José
Tolentino de Mendonça
Quando
perdoamos, é um sentir de nós para nós que nada tem a ver com outros.
A
imensa carga de desarmonia que grassa no mundo devido às condições previstas
para as grandes mudanças e paradigmas de consciência, aliada às já existentes
em tantos seres, tornam os relacionamentos de qualquer tipo num campo fértil de
factos e ocasiões onde o exercício do perdão se torna imperativo.
Mas
também sabemos que são inúmeras as ópticas pelas quais os envolvidos em
situações desarmónicas com os seus variados níveis de gravidade e intensidade, se
esquivam da responsabilidade, humildade, consciência dos seus actos, o que
retira, obviamente, seriedade e autenticidade à intenção do “perdão”
Assim
o conceito que denominamos de perdão, deve, antes de mais, tornar-se “num acto unilateral de
amor”.
Devemos
perceber que perdoarmo-nos é a regra de ouro para a cura de qualquer ferimento,
o outro, ou outros, têm as suas próprias contas e ajustes consigo mesmos e com
o Universo.
Tenhamos
sempre presente, que perdoar, não impõe aceitação, conotação, ou qualquer outra
forma de desrespeito aos nossos sentires ou convicções, apenas e tão só nos
impulsiona para o degrau seguinte onde a visão se reajusta, as escolhas se tornam
mais lúcidas, pela junção da integralidade do nosso Ser, e assim, possamos
percorrer o Caminho, agora mais iluminado pelas vias do amor que a nós próprios
concedemos, e que no caso podemos chamar “perdão”
A.