sexta-feira, 25 de março de 2011

Olha-me


Olha-me, sou a alta montanha que apetece escalar
Sente-me, na água que teus pés modela, à beira-mar
Escuta-me, sou a harpa, que te inspira a versar

Sou ardósia…

Do que dizes, pelo querer dizer
Do que dizes, do coração a querer
Do que dizes, sem quereres saber

Sou livro…

Onde imprimes o teu não querer ser
Por palavra tortas em linhas direitas
Dialecto esquecido, do reino do Sol

Sou vento…

Resgate de cada tormento, que arrepia ao passar
Bálsamo das feridas que tomaste carregar
Já não são tuas, mas glória daquele abraçar

Beija o meu rosto com sulcos do tempo, pois
é sopro da vida, molde de Deus.

O Amor que ensina 

A.