sábado, 8 de outubro de 2011
Terra Madre
Tirei a venda da pressa e olhei a terra
Como se fosse dia em noite serena
Colcha a tinta desenhada, e toda ela
É sacra e profana é escultura e poesia
Alma de Orfeu que nela se derramou
Senti os teus passos, Pessoa
Contados, precisos, quanto o teu saber
Em cada linha a expressão do teu viver
Face austera... mescla única, simbiótica
Formula alquímica da compreensão
Terra Madre, âncora e direcção
Difamada de dura, equidistante
Ferida, no teu coração pulsante
Que dás vida a quem não a tem
E clareias a Alma dos que abrigas
De névoas, medos, escuridão
Apanágio do homem, da sua dor
Que evola em sopros de desamor
Peça rude, da bancada de alquimia
Que é a Terra, síntese da sabedoria
A.
5 de Outubro de 2011