Aceita o Bem
Do Sol presente no meio
do nevoeiro
E em tempo de seca, a chuva ausente
Aceita o Bem
Da guerra, fecunda de dor, estágio do guerreiro exterior
No voto inconsequente moldado na mágoa de tanta gente
Aceita o Bem
Do palco resumido, que é nesta vida, o opressor ou o
oprimido
Na face obscura, que de tanto bem, veio ser a deixa de
outro actor
Aceita o Bem
Do que macula o seu olhar de cobiça e desamor, é o cego que
te permite ver
Dos ciclos agrestes da vida, dos vividos e por viver, pois são
aqueles que dão flor
Aceita o Bem
Das lágrimas ardentes, apelo e glória do teu cansaço que em
meu regaço desagua
Da contra face do meu amor omnipresente, no múltiplo ser, que contigo partilha, o seu, e meu
SER
21 de Outubro 2011