terça-feira, 15 de maio de 2012

Completude




Completude





Indiferente a faixas etárias, o amor é o ponto onde convergem a maior parte das dúvidas, desentendimentos, desarmonias e frustrações, que por sua vez se alastram a todos os aspectos da vida.

Em resposta a uma questão colocada há dias por um jovem, abordamos o fulcro de qualquer relacionamento, a comunicação e a veracidade.

As motivações do coração continuam a ser insondáveis para a maior parte dos seres, no entanto, são sempre baseadas na necessidade de aprendizado e superação do nosso estatuto consciencial.

O amor a dois é o maior teste que nos é dado vivenciar, e dele podemos obter nota positiva, apenas quando vivido na veracidade interior de ambas as partes.

Um relacionamento é feito de dádiva, e aceitação.

Dádiva – Apenas quando o amor existe em nós podemos partilhá-lo com outro, ninguém pode dar (partilhar) o que não tem.

Aceitação – Todo relacionamento baseado na perspectiva de que podemos ou devemos mudar o outro está condenado á partida. O “modelo” por nós idealizado é o estereótipo impresso no nosso racional por estigmas sociais, dependências emocionais, vivencias traumáticas.

Nós, não temos que mudar ninguém, excepto a nós próprios, se pela auto – análise concluirmos essa necessidade.

Assim, e mais ainda num relacionamento a dois, o auto-conhecimento individual é fundamental.

Quando dois seres cruzam os seus caminhos, é precisamente na diferença de conceitos e posturas, que cada qual vai buscar os preciosos sedimentos com que se constroem os degraus da tolerância, da flexibilidade, da compreensão.

Quando o ciúme, a rigidez, o julgamento alheio, se tornam cerceadores da expressão das facetas pessoais, da afectividade, dos sonhos individuais, corroemos a raiz antes da planta florescer.

A liberdade de cada ser não é negociável, nem deve ser moeda de troca para a “harmonia” de qualquer relacionamento, isto, seria podar os ramos quando a planta está a florir.

A comunicação aberta, leal, é a ponte que transpõe qualquer diferença.

O respeito para com as escolhas e opções que fizemos, é o único suporte para a estabilidade duma relação.

Dentro desse círculo de auto-respeito, cada qual deve ser árvore em crescimento, cuja seiva é alimento para a alma companheira, cuja copa pode ser sombra para quem dela precisar.

Queridos amigos, ninguém é metade (meia-laranja) de ninguém! Se assim fosse, seriamos eternamente seres incompletos…

Cada um de nós é em si mesmo, um arco-íris pleno de cor, sem princípio nem fim.

Pelos caminhos da vida, por vezes deparamos com a raríssima possibilidade de vermos um duplo arco-íris. Percursos paralelos, que nos indicam que o horizonte não acaba ali, e cuja função, é serem farol que trespassa a densidade das almas em procura.





A.