quarta-feira, 27 de junho de 2012

Desmistificar a Solidão






A única solidão real, é a da Alma, e essa só pode acontecer quando se fecha a mente e o coração.

Estar só (sem viver com uma ou mais pessoas) não significa que se viva em solidão = tristeza, carência, sentimento de abandono.

Estas emoções negativas não são derivadas de se estar só, são apenas facetas da personalidade, que se manifestam esteja a pessoa só, ou acompanhada.

As pessoas com estas manifestações emocionais, têm necessidade de compensações, que procuram naqueles que lhe estiverem mais próximos, em especial com os que com eles vivem.

Mas então, vamos chamar as coisas pelo nome, o que estes seres sentem é dependência.

Só no reconhecimento, na intenção de transmutar os medos, e as facetas mais básicas da personalidade, podemos estar na mais perfeita paz, estejamos sós, ou acompanhados.

Esta postura, a de um apego dependente, recobre-se das mais variadas máscaras, para se suprir daquilo que outrem lhe pode proporcionar.

A solidão não advém de se ter, ou não, a companhia física de alguém.

Quantas vezes já nos aconteceu sentirmo-nos sós no meio de uma multidão?

Este sentimento, o da verdadeira solidão, pode ocorrer quando tudo há nossa volta se torna estranho, absurdo ou longínquo.

Muitas pessoas vivem hoje nessa solidão interior, na busca de novas referências, na procura da bússola solar que indique um novo norte.

Gradualmente, em conformidade com o processo evolutivo de cada um, as informações vão chegando, os sentires emergem, o reconhecimento acontece e novos horizontes se instalam.

Com reconhecimento, queremos referir o conhecimento interior, a viagem da Alma dentro dela própria.

Assim, dá-se o despertar, que é sempre um processo individual.

Neste percurso, muitas amarras se desprendem, muitos laços se desfazem, as mudanças acontecem.

É também nesse espaço temporal, que os Seres sentem a necessidade de estarem sós.

Mesmo os que têm ligações afectivas, conjugues, filhos, pais, em algum momento do caminho, sentem a necessidade imperativa, não da solidão, mas de estarem sós.

E das mais variadas formas, tentam encontrar esse espaço interior, onde possam exercitar o tão ansiado, mas ainda não reconhecido salto evolutivo.

Dado que este é um processo individual e intransmissível, muitos o retardam precisamente porque não encontram forma de o integrarem harmoniosamente na sua vida “corrente”.

Pois esse é o grande desafio!  Só em veracidade podemos ultrapassar as provas que tocam a cada um.

E veracidade é a autenticidade que jorra de dentro para fora.

Por um lado, reconhecer, cada um por si, o que lhe trás emoções negativas, e trabalhar a transmutação das mesmas.

Por outro, encontrar o melhor de si, estimular, reconstruir, expandir, evoluir.

E isto não depende de outrem, só e apenas, de nós próprios.

Abençoada liberdade D`Alma.

A.