A única solidão real, é a da Alma,
e essa só pode acontecer quando se fecha a mente e o coração.
Estar só (sem viver com uma ou mais
pessoas) não significa que se viva em solidão = tristeza, carência, sentimento
de abandono.
Estas emoções negativas não são
derivadas de se estar só, são apenas facetas da personalidade, que se
manifestam esteja a pessoa só, ou acompanhada.
As pessoas com estas manifestações
emocionais, têm necessidade de compensações, que procuram naqueles que lhe
estiverem mais próximos, em especial com os que com eles vivem.
Mas então, vamos chamar as coisas
pelo nome, o que estes seres sentem é dependência.
Só no reconhecimento, na intenção
de transmutar os medos, e as facetas mais básicas da personalidade, podemos
estar na mais perfeita paz, estejamos sós, ou acompanhados.
Esta postura, a de um apego
dependente, recobre-se das mais variadas máscaras, para se suprir daquilo que outrem
lhe pode proporcionar.
A solidão não advém de se ter, ou
não, a companhia física de alguém.
Quantas vezes já nos aconteceu
sentirmo-nos sós no meio de uma multidão?
Este sentimento, o da verdadeira
solidão, pode ocorrer quando tudo há nossa volta se torna estranho, absurdo ou
longínquo.
Muitas pessoas vivem hoje nessa
solidão interior, na busca de novas referências, na procura da bússola solar
que indique um novo norte.
Gradualmente, em conformidade com o
processo evolutivo de cada um, as informações vão chegando, os sentires
emergem, o reconhecimento acontece e novos horizontes se instalam.
Com reconhecimento, queremos referir o
conhecimento interior, a viagem da Alma dentro dela própria.
Assim, dá-se o despertar, que é
sempre um processo individual.
Neste percurso, muitas amarras se
desprendem, muitos laços se desfazem, as mudanças acontecem.
É também nesse espaço temporal, que
os Seres sentem a necessidade de estarem sós.
Mesmo os que têm ligações
afectivas, conjugues, filhos, pais, em algum momento do caminho, sentem a
necessidade imperativa, não da solidão, mas de estarem sós.
E das mais variadas formas, tentam
encontrar esse espaço interior, onde possam exercitar o tão ansiado, mas ainda
não reconhecido salto evolutivo.
Dado que este é um processo individual
e intransmissível, muitos o retardam precisamente porque não encontram forma de
o integrarem harmoniosamente na sua vida “corrente”.
Pois esse é o grande desafio! Só em veracidade podemos ultrapassar as
provas que tocam a cada um.
E veracidade é a autenticidade que
jorra de dentro para fora.
Por um lado, reconhecer, cada um
por si, o que lhe trás emoções negativas, e trabalhar a transmutação das
mesmas.
Por outro, encontrar o melhor de
si, estimular, reconstruir, expandir, evoluir.
E isto não depende de outrem, só e
apenas, de nós próprios.
Abençoada liberdade D`Alma.
A.