Ler 
– Falar – Escutar – em diagonal…… 
Vivemos tempos de mudança acentuada, 
em que crescem: a ignorância, o medo, a insegurança, a e em que mingam: a 
sabedoria, a compaixão, a liberdade. 
O 
conceito Pessoano de que ignorância é sinonimo de inocência, é inocente em si 
mesmo, mas desajustado dos tempos actuais. 
A real 
postura de inocência apenas perdura numa Irmandade dinâmica e participativa mas 
totalmente desinteressada. 
Com 
meios informativos abrangentes e de livre acesso (livres, mas não inocentes), 
conhecem-se aprimoradamente todas as referências mundanas…..No entanto, todos estes 
“conhecimentos”, são apenas a ilusão momentânea de anseios subvertidos da 
essência da nossa missão de vida. 
Nesta 
escola (Terra) de formandos que somos todos nós, muitos Seres passaram de 
formados, a formatados, advindo daí as graves sequelas que afligem os seus 
campos holísticos, do físico ao emocional, psíquico e mental. 
Neste 
clima de nevoeiro cerrado, onde se percepciona a ansiada luz (nossa procura 
fundamental), são muitos os atalhos que se trilham, não por inocência….mas 
por um enraizado egoísmo… 
Busca-se o caminho fácil, as sortes, 
os milagreiros, paga-se para se ouvir, aquilo que o nosso ego quer 
ouvir… 
Esse 
mesmo ego que analisa e barra toda informação que chega até nós, quando esta não 
se coaduna com as directrizes já formatadas no nosso mental inferior. Mas que 
por vezes, seria essa informação rejeitada que traria as respostas tão 
procuradas. 
Assim, 
e com a desgastada desculpa de falta de tempo, lê-se pouco, e quando se faz, é 
em diagonal… 
- 
limita-se o campo expansionista da consciência 
- 
recorta-se a paleta de opções de escolha 
- auto 
- cerceia-se a liberdade 
- 
promove-se a ignorância 
Ao 
restringirmos a absorção de conhecimentos àqueles onde o ego se define e 
realiza, entramos na mais completa submissão à “formatação” materialista, e 
fundamentalista, tirania silenciosa que grassa pelo mundo. 
No falar, o “diagonal” é moda! Numa dialéctica condensada de factores abstractos de descomprometimento que visa apenas, à integração mundana e profissional.
Esta 
postura alarga-se ao plano afectivo e emocional, onde o orgulho, o medo, o 
preconceito se tornam factores de desqualificação de prova antes da partida, 
iniciamos a prova com o resultado viciado, não pelo que realmente somos ou 
sentimos, mas pelo que nos queremos fazer ser, ou parecer. 
A voz da Alma deixou de se 
ouvir. 
Perdeu-se a capacidade de 
ouvir, com o coração…. 
Em 
tempos de transmutação vamos recordar que somos emissores e receptores da voz da 
Consciência Suprema, que como célula indivisa, somos o resultado tão só, e 
apenas, daquilo que emitimos. 
Que a 
nossa intuição nos liberte das amarras limitadores do ego e do medo, e da 
dependência alheia.... Que pelo trabalho, possamos conhecer as vias do 
conhecimento. Por ele, podemos adquirir os meios a usar na Grande Obra, no Auto 
- Conhecimento que por sua vez nos eleve a uma autêntica Vida 
Integral. 
Que 
o ouvir e o falar, 
possam voltar a revestir-se da sacralidade devida, pela veracidade da alma, pelo 
sentir do coração. Ferramentas de amparo, de partilha, que estejam e sejam, a 
cada momento, revestidas de AMOR. 
A.