quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Papéis esquecidos
Hoje, por acaso (seria? ) dei por mim a folhear papeis esquecidos e encontrei um rasto de ti minha mestre, rio onde tantas vezes desaguou a corrente da minha dor.
Papel manuscrito com a tua letra gigante, e enquanto lia, fui "vendo" o teu ar admoestador (quando tinha que ser), mas também as tuas lágrimas incontidas quando o meu sofrimento era carvão ardente ao qual não conseguias ficar imune.
Fui lendo...
" Minha querida Maria o mundo é redondo, ou seja, o em baixo é sempre relativo ao de cima conforme a localização daquele que estará algures a afirmar o pra baixo é ali! o de cima acolá!
Nunca te esqueças que num globo azul predominantemente, pois há outras cores, o papel feminino varia conforme o aqui e o acolá! Entretanto há-de chegar a todos um local onde em baixo e em cima deixam de existir e aquele que se quer localizar terá que usar como referência : Em que coordenada quero EU estar?
A vantagem é que o ser sendo feminino, esteja onde estiver, vai sempre idolatrar uma forma de amor que seja única, sincera, pura, mas, na maioria das vezes também, egoisticamente exclusivista. Entretanto, há-de haver coordenadas onde o feminino no seu lado lato e integro SER/TER, ocupe ele, o feminino/mulher"...
BL
Provavelmente, e passados alguns anos deste teu ensinamento, encontrei-o para perceber que nome dar ao mar de amor onde nada a minha alma, livre de objectos de querer, plena de amor sem meta ou razão a que se poderia chamar: feminino/mãe/ser.
Abraço infinito amada amiga
Adelina