- O primeiro, diz-nos que entre dois ou mais interlocutores não existe possibilidade de comunicação
- O segundo, refere-se aos teores filosóficos, quando se torna impossível comunicar ou explicar, determinado conceito ou princípio filosófico.
Atrevemo-nos a alargar estes significados a uma outra vertente:
- A incomunicabilidade de, e para a Alma.
Uma grande maioria dos seres humanos vive, continuamente, em incomunicabilidade parcial ou total.
Entre as várias formas de incomunicação, uma das mais comuns é a dualidade de critério sobre o sentirem-se, ou não, participantes das realidades que analisam.
Assim, e na maior parte das pessoas, todo estimulo externo é analisado no plano mental inferior. Em conformidade com os anseios, frustrações, vaidade, medos, ou experiencias traumáticas, integram-se no grupo em análise, se, e quando, este lhes “acaricia” o ego.
Caso essa análise venha beliscar a integridade do ego, automaticamente, distanciam-se dessa realidade desperdiçando a rara oportunidade da comunicação leal com a sua própria Alma.
Ou seja, o que se lê, ouve, vê, deve ser sempre analisado pelo plano superior da mente, onde reside a verdadeira acepção de “inteligência” e que é imune ao domínio do ego.
Toda informação ou conhecimento que se absorve, é dirigida precisamente a cada um (nada no Universo é um acaso) em graus variados e múltiplas direcções, cada um desses estímulos faz parte do aprendizado, assim se saiba olha-lo pela óptica adequada
Existem muitas outras formas de incomunicabilidade, desde a mentira boçal até ao auto-engano, quando se instala uma contenda entre o apelo da Alma e a mente racional, coadjuvada pelo sempre presente ego.
A incomunicabilidade torna-se um torniquete da expansão da consciência quando se expurgam venenos, atingindo os outros com as desarmonias próprias.
Esta, é ainda a razão de quase todas as discórdias sociais, quando a rigidez conceptual da nossa realidade nos impede de escutar (realmente) o que o outro diz.
Queridos amigos, para tão variado rol de “menos-valias” da incomunicabilidade apenas podemos recomendar uma receita, que tem tanto de maturidade consciencial, quanto de singela e eficaz:
- Deixar a Alma falar – pois Ela é água límpida, onde não existe o medo, o rancor, ou o preconceito
- Que nunca exista um interesse subjectivo e não expresso em todas as formas de comunicação
- Que pelo auto-conhecimento se possam transpor, as barreiras com que as próprias limitações ensombram, o que chega a cada ser
- Que o “Religare” das almas , à sua Semente Divina, se torne, uma realidade deste presente.
A.