O Reino da Caridade 
“Nenhum homem que não 
controle a própria vida pode 
 ser considerado livre” 
Pitágoras 
Nesta
época natalícia que como o nome indica tem como objectivo homenagear a
natividade, o nascimento de Yeshua Ben Yosef, um Christos, tentemos cada um de
nós assimilar a quota-parte do Cristo em nós. 
Vivenciamos
uma época onde caridade se tornou meio de vida em dois sentidos! Os que se
viciaram a viver da caridade e os que vivem de fazer a pseudo - caridade. 
Esta
é uma realidade que retarda a evolução espiritual individual e também,
o sadio desenvolvimento da consciência social colectiva. 
A
fomentação da dependência de outrem (em qualquer área) é de foro cármico e deve
ser transposta. 
As
desigualdades e a injustiça social adensam-se ainda mais, pelo incentivo à
inércia, resultado que os planos de ajuda social têm demonstrado até hoje. 
Existem
por esse mundo fora inúmeras organizações dedicadas à caridade. Estes
organismos tornaram-se empresas, cujo lucro (finalidade de qualquer empresa)
advém de manter a clientela, ou seja “os pobres e necessitados”. Estas
instituições, maioritariamente com o estatuto de interesse público e em graus
variáveis, consomem meios financeiros elevadíssimos empregues na sua própria
estrutura.
Por
outro lado, os critérios com que distribuem o que resta, seja em meios
materiais ou humanos, estão conspurcados pelos ditames políticos locais, ou
interesses pessoais dos mecenas dessas instituições. 
Neste
conluio estão envolvidos governos, grandes empresas, e alguns canais da
comunicação social. 
Este,
é um dos modernos sistemas de escravatura, o de criar o descrédito de seres
humanos do seu próprio potencial, tornando-os dependentes do sistema
instituído na sua subsistência básica. 
Fomenta-se
a inércia onde devia ser fomentada a criatividade. 
Estimula-se
o desânimo onde devia ser estimulado o interesse. 
Uns,
vivem da existência da necessidade de outros, da necessidade de
implementar  a caridade…. 
Meus
amigos…os vendilhões continuam no Templo e têm muitas vestes. 
(Fazemos
aqui uma ressalva aos muitos e honrosos exemplos destas organizações que o
fazem na sua autêntica acepção, ou seja a da assistencialidade totalmente
altruística e sem interesses subjectivos).
A
caridade real é: 
-
a face da partilha individual, autenticamente fraterna 
-
o respeito pelos meios existentes, sem desperdício de qualquer tipo 
-
o perceber que não temos qualquer direito além do direito de qualquer outro ser
humano 
-
o destronar do nosso ego a ambição, que conduz á inflação, do lucro fácil, do
açambarcamento de empregos, da “esperteza” negocial, da exploração das classes
laborais. 
Que
se instaure em cada coração a essência Crística, na responsabilidade que a cada
um de nós cabe, no nosso lugar, neste planeta escola. 
Queridos
amigos neste final de ano, em que é norma a reflexão, que esta possa ser
imbuída pelo altruísmo e a compaixão, lembrar que somos um Todo e que o estado
duma partícula desse Todo, afecta o restante, para o bem…ou para o menos bem…. 
A.