quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O amor que é Amor




“No Universo nada se perde tudo se transforma”



  Nesta banalizada e ainda mal compreendida frase, encontramos o mote para abordar os relacionamentos.

Existem relacionamentos sem amor e existe amor sem relacionamentos.

Uma das causas, senão a mais comum, do estado de sofrimento nos seres humanos é a quebra dos relacionamentos, a perda do amor.

É este equívoco generalizado que vamos tentar esclarecer.

Os relacionamentos findam pelas mais diversas razões. O Amor, esse, nunca se perde, e se se perde, é porque não era Amor.

Todo Amor alguma vez sentido é como um valioso espólio que vai crescendo com cada partilha, com cada entrega. Como se fosse ouro puro, vamos fazendo uso do nosso acervo.

Tomamos uma porção emoldamos a jóia, a entrega a uma relação.

Tal como em cada relacionamento, cada jóia vai ter características diferentes, mais ou menos brilho ou fulgor, mais ou menos, trabalho ou perfeição.

No término dum relacionamento, o amor que é Amor retorna a nós, recolhe de novo ao coração, e aí, inicia um subtil processo de transmutação.

No cadinho do tempo, o calor abranda, o brilho esvai-se, e a jóia liquefaz-se de novo na essência do ouro, agora acrescido pela experiência vivida. E o nosso tesouro aumenta, porque o amor que é Amor apenas pode ser partilhado, e para tal, cada Ser tem que descobrir, trabalhar e aceitar o seu ouro, o Amor em si.

A causa de muitas desarmonias pessoais e sociais está no facto de muitos seres não conseguirem abrir a arca do tesouro. Traumas de infância, patologias psíquicas, padrões repetitivos em vivências dolorosas, entre outros acontecimentos, barram o acesso a essa fonte inesgotável, à nascente do amor, comum a todos nós.

O caminho é o auto-conhecimento, a auto-estima, o auto-perdão. Pelo aprofundamento destas vias, aprenderemos a distinguir o amor/apego, aquele cujos compostos são o domínio, o ciúme, a dependência, o conformismo.


“Um amor estranho que acalente almas sofridas, encrostadas de conforto, sedentas de sentido”



 Esta é a versão mais comum do amor, aquela que traz toda carga de sofrimentos.

Já o amor que é Amor expressa-se sempre pela elevação dos dois Seres.

É a bênção suprema, fio de ouro perene que nasce no nosso interior e com o qual contribuímos para a obra-prima global, pela expansão da nossa consciência espiritual.



Do livro Ponte de Palavras