“No Universo nada se
perde tudo se transforma”
Nesta
banalizada e ainda mal compreendida frase, encontramos o mote para abordar os relacionamentos.
Existem
relacionamentos sem amor e existe amor sem relacionamentos.
Uma das causas,
senão a mais comum, do estado de sofrimento nos seres humanos é a quebra dos
relacionamentos, a perda do amor.
É este equívoco generalizado
que vamos tentar esclarecer.
Os relacionamentos findam
pelas mais diversas razões. O Amor, esse, nunca se perde, e se se perde, é
porque não era Amor.
Todo Amor alguma vez
sentido é como um valioso espólio que vai crescendo com cada partilha, com cada
entrega. Como se fosse ouro puro, vamos fazendo uso do nosso acervo.
Tomamos uma porção
emoldamos a jóia, a entrega a uma relação.
Tal como em cada relacionamento,
cada jóia vai ter características diferentes, mais ou menos brilho ou fulgor,
mais ou menos, trabalho ou perfeição.
No término dum relacionamento,
o amor que é Amor retorna a nós, recolhe de novo ao coração, e aí, inicia um
subtil processo de transmutação.
No cadinho do tempo,
o calor abranda, o brilho esvai-se, e a jóia liquefaz-se de novo na essência do
ouro, agora acrescido pela experiência vivida. E o nosso tesouro aumenta, porque
o amor que é Amor apenas pode ser partilhado, e para tal, cada Ser tem que
descobrir, trabalhar e aceitar o seu ouro, o Amor em si.
A causa de muitas desarmonias
pessoais e sociais está no facto de muitos seres não conseguirem abrir a arca
do tesouro. Traumas de infância, patologias psíquicas, padrões repetitivos em
vivências dolorosas, entre outros acontecimentos, barram o acesso a essa fonte
inesgotável, à nascente do amor, comum a todos nós.
O caminho é o auto-conhecimento,
a auto-estima, o auto-perdão. Pelo aprofundamento destas vias, aprenderemos a
distinguir o amor/apego, aquele cujos compostos são o domínio, o ciúme, a
dependência, o conformismo.
“Um amor estranho
que acalente almas sofridas, encrostadas de conforto, sedentas
de sentido”
Esta é a versão mais
comum do amor, aquela que traz toda carga de sofrimentos.
Já o amor que é Amor
expressa-se sempre pela elevação dos dois Seres.
É a bênção suprema, fio
de ouro perene que nasce no nosso interior e com o qual contribuímos para a obra-prima
global, pela expansão da nossa consciência espiritual.
Do livro Ponte de
Palavras