Nunca antes nos detivemos na análise desta postura, dado que ela não se
conjuga com o plano evolutivo consciente que procuramos.
A mentira, é antes de mais uma postura auto-punitiva do sub-consciente, que se torna
patológica quando a pessoa se torna um mentiroso recorrente, ou seja , que altera e expressa a realidade, em conformidade com a
sua visão pessoal do que considera mais
útil para si próprio, seja essa uma visão real ou fantasiosa. Em suma, e neste
quadro de perversão, o narcisismo tem também um papel preponderante.
Ainda que inseridos numa sociedade de consumo altamente materializada e
locomovida pela mentira em vários graus e vertentes, isso não deve servir de
argumento atenuante à falta de veracidade em qualquer das nossas expressões de
vida.
Como geradores, receptores e emissores que todos somos, torna-se
fundamental o reconhecimento e o débito à verdade.
Não existem
mentiras piedosas, mas sim atentados às
capacidades dos demais...
Não existem
mentiras para o bem de...mas apenas para o fortalecimento do ego pessoal...
Não existem
pequenas mentiras, mas sim pequenos hábitos que se tornam em norma...
A inverdade apenas atesta o grau de
dificuldade que tantas pessoas sentem em enfrentar a realidade, ou aquilo que
eles pressupõem ser a realidade analítica dos outros. E aqui deparamos com o
cerne da reflexão que devemos ter no caminho do auto-conhecimento...a de que fomos moldados por uma sociedade cega e
limitada acerca do conceito do bem e do
mal.
A confluência de interesses que fizeram, e fazem, alternar este conceito em épocas e situações
diferentes ( conforme as conveniências ) relegando para segundo plano o estudo
e a compreensão das diferenças naturais,
aferindo cada ser, pela fasquia concorrencial mais em moda ou
proveitosa.
Criou-se assim, esse medo maior...o
da não aceitação! Por essa via, a do medo, geram-se os mais variados estados de
desarmonia psíquica, entre os quais, a necessidade da mentira, frágil suporte
duma segurança almejada.
A mentira tende a tornar –se num estado de alienação que subverte as
razões e motivações da nossa missão de vida. As características que devemos
trabalhar e transmutar, são as causas, mas também os efeitos conclusivos de
cada encarnação.
Além do medo da rejeição, a mentira assume variadíssimas formas com que se
disfarça a si própria, ao ponto de iludir quem a pratica, de forma a se
desidentificarem ou legitimarem a situação das quais damos apenas alguns
exemplos:
-
Quando na prática comercial o produto não faz jus ao que se apregoa
- Pela prática da sedução de outros com o fim
da satisfação do próprio ego
- Quando na assumpção de práticas de foro
espiritual se visa o beneficio próprio ou grupal.
Sim amigos tudo isso e muitas outras coisas que nos parecem “naturais” fazem
parte daquilo a que chamamos mentira. No entanto, outras brisas vão chegando, as
da veracidade individual por opção consciente.
A cada dia são aos milhares as consciências que despertam do estado de letargia
em que a humanidade se encontra, a desformatação é intensa e abrangente.
Cada um de nós é único e precioso, tenhamos a força e a coragem de reconhecer
em nós a imagem do Criador!
Esse
reconhecimento será a alavanca que vai elevar os padrões comportamentais da
humanidade, pelo respeito, pela veracidade, a tudo...em todos...
Abraço fechado
A.