sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Desmistificar a Solidão
A única solidão real, é a da Alma,
e essa só pode acontecer quando se fecha a mente e o coração.
Estar só (sem viver com uma ou mais
pessoas) não significa que se viva em solidão = tristeza, carência, sentimento
de abandono.
Estas emoções negativas não são
derivadas de se estar só, são apenas facetas da personalidade, que se
manifestam esteja a pessoa só, ou acompanhada.
As pessoas com estas manifestações
emocionais, têm necessidade de compensações, que procuram naqueles que lhe
estiverem mais próximos, em especial com os que com eles vivem.
Mas então, vamos chamar as coisas
pelo nome, o que estes seres sentem é dependência.
Só no reconhecimento, na intenção
de transmutar os medos, e as facetas mais básicas da personalidade, podemos
estar na mais perfeita paz, estejamos sós, ou acompanhados.
Esta postura, a de um apego
dependente, recobre-se das mais variadas máscaras, para se suprir daquilo que outrem
lhe pode proporcionar.
A solidão não advém de se ter, ou
não, a companhia física de alguém.
Quantas vezes já nos aconteceu
sentirmo-nos sós no meio de uma multidão?
Este sentimento, o da verdadeira
solidão, pode ocorrer quando tudo há nossa volta se torna estranho, absurdo ou
longínquo.
Muitas pessoas vivem hoje nessa
solidão interior, na busca de novas referências, na procura da bússola solar
que indique um novo norte.
Gradualmente, em conformidade com o
processo evolutivo de cada um, as informações vão chegando, os sentires
emergem, o reconhecimento acontece e novos horizontes se instalam.
Com reconhecimento, queremos referir o
conhecimento interior, a viagem da Alma dentro dela própria.
Assim, dá-se o despertar, que é
sempre um processo individual.
Neste percurso, muitas amarras se
desprendem, muitos laços se desfazem, as mudanças acontecem.
É também nesse espaço temporal, que
os Seres sentem a necessidade de estarem sós.
Mesmo os que têm ligações
afectivas, conjugues, filhos, pais, em algum momento do caminho, sentem a
necessidade imperativa, não da solidão, mas de estarem sós.
E das mais variadas formas, tentam
encontrar esse espaço interior, onde possam exercitar o tão ansiado, mas ainda
não reconhecido salto evolutivo.
Dado que este é um processo individual
e intransmissível, muitos o retardam precisamente porque não encontram forma de
o integrarem harmoniosamente na sua vida “corrente”.
Pois esse é o grande desafio! Só em veracidade podemos ultrapassar as
provas que tocam a cada um.
E veracidade é a autenticidade que
jorra de dentro para fora.
Por um lado, reconhecer, cada um
por si, o que lhe trás emoções negativas, e trabalhar a transmutação das
mesmas.
Por outro, encontrar o melhor de
si, estimular, reconstruir, expandir, evoluir.
E isto não depende de outrem, só e
apenas, de nós próprios.
Abençoada liberdade D`Alma.
A.
La Belle Verte
Recomendo vivamente que desfrutem
deste filme, antevisão do que acredito ser, um não muito longínquo mundo novo.
Carpe Diem
Pelos labirintos forjados na ancestralidade da mente
Fossos em que albergas miríades de sombras diligentes
Qui Temeri?
A graça do colo que te moldou ou o sorriso que ao teu emoldurou
Quiçá, ao coração que vibra no fogo celeste que ao teu despertou
Deus fidelis est
Filho meu, aprende a ler o pergaminho da vida pelo olhar da alma
Pressente o adejar das asas dos anjos que abrem alas quando passas
Sum qui Sum
E tu, és o precursor do pó que levanto ao andar
Cavaleiro do tempo, sempre fiel, companheiro
Carpe Diem
domingo, 24 de junho de 2012
A Estrela
Estrela
de Belém ou (Estrela do Sul )
Um filho
é aquele que de geração em geração
E por
eons, continua a cantar a nossa canção
Em mar
agitado, nevoeiro fechado, o filho é
Bússola
dourada, farol, estrela de Belém
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Pérola antiga...Um Índio
Além da beleza destas vozes intemporais, é uma boa reflexão para este povo indígena que somos (sim nós...) nesta pequena aldeia vestida de azul, que rodopia, neste quadrante dimensional...
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Recados (prementes) do Céu
Aqui, e Agora
Sempre que se fala em
ascensão ou elevação espiritual, temos normalmente a figuração mental de algo
que sobe, que se eleva. Essa imagem não corresponde à realidade pois todas as Dimensões
Cósmicas são concêntricas, em ritmado e constante movimento de alternância
cíclica.
Conforme decorre e se
amplia o processo de expansão consciencial individual, essa movimentação gera
uma aceleração das partículas atómicas, que assim estimuladas, provocam um
crescente grau de vibração. Esta por sua vez, vai funcionar como um mecanismo
hidráulico (subtil) que nos
transporta a outros patamares dimensionais.
Por todo o globo, e
fazendo uso dos modernos meios de comunicação e informação, cruzam-se noticias,
previsões, sobre eventos a acontecer, supostamente, em 2012.
Por entre muita
opinião, desinformação, e alienação provocada pela focagem materializada da
vida, a maioria dos seres humanos não conseguem perceber a essência das antigas
profecias.
Estas, estão cada vez
mais certificadas pela ciência, e previsíveis, pelas condições geológicas do
planeta.
A questão meus amigos,
é que não estamos num compasso de espera, o essencial, está a decorrer aqui, e agora. O ano de 2012 e
os anos que se seguem, são apenas o marco do antes e do depois, da profunda
mudança da consciência colectiva da humanidade, aquela que cada um (individualmente),
promove com cada pensamento, palavra ou postura.
Contrariamente ao que
muitos acreditam, a separação do trigo e do joio é apenas o trabalho resultante
da depuração, que cada ser desperto, realiza a cada dia. Somos, cada um, o
semeador e o ceifeiro da nossa eira.
Os eventos
cataclísmicos são apenas os higienizadores, que vão acomodar a escolha que cada
um está a fazer, aqui, e agora.
A cada dia que nasce
recebemos o apelo dos nossos Irmãos Maiores, que nos impelem àquilo que é
inevitável, a colaboração social e global.
A fragilidade das condições
planetárias, mostram-nos claramente, que a grande lição é a da
maxi-fraternidade.
Todos nós temos nas
nossas mãos a possibilidade da co-criação de um outro vínculo interactivo.
Esta, é poderosa e efectiva, na veracidade da intenção pelo bem comum! Somos
ainda os detentores da escolha do grau de dificuldade pelo qual a humanidade vai
vivenciando a transição.
Estamos conectados e
somos sensíveis à vibração gerada por cada um, e todos. O nosso planeta, como
entidade viva que é, reage assim mesmo, ao teor vibracional colectivo.
O poder está, ainda,
em cada um de nós.
A.
Fragilidade
Quão frágil se torna a alma
Quão forte o arremesso
Quão distante a argila
Quando roda e oleiro
Se perdem nas danças
Do orgulho e da vaidade
Quão frágil se torna a alma
A.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Meu querido...Coração
Aos alunos de Reiki...lembram a recomendação de que devemos harmonizar os Chacras pelo do coração?...
“A inteligência do coração.
Descobriu-se que o coração contém um sistema
nervoso independente e bem desenvolvido com mais de 40 mil neurónios e uma
completa e espessa rede de neurotransmissores, proteínas e células de apoio.
Ele é inteligente.
Graças a esses circuitos tão elaborados,
parece que o coração pode tomar decisões e passar à acção independentemente do
cérebro; e que pode aprender, recordar e, inclusive, perceber.
Existem quatro tipos de conexões que partem do
coração e vão para o cérebro da cabeça.
1. A comunicação neurológica mediante a
transmissão de impulsos nervosos.
O coração envia mais informação ao cérebro do
que recebe, é o único órgão do corpo com essa propriedade e pode inibir ou
activar determinadas partes do cérebro segundo as circunstâncias.
Significa que o coração pode influenciar na
nossa maneira de pensar.
Pode influenciar a percepção da realidade e,
portanto, as nossas reacções.
2. A informação bioquímica mediante hormonas e
neurotransmissores.
É o coração que produz a hormona ANF, aquela
que assegura o equilíbrio geral do corpo: a homeostasia.
Um dos efeitos é inibir a produção da hormona
do stresse e produzir e libertar a oxitocina, que é conhecida como a hormona do
amor.
3. A comunicação biofísica mediante ondas de
pressão.
Parece que através do ritmo cardíaco e suas
variações, o coração envia mensagens ao cérebro e ao resto do corpo.
4. A comunicação energética.
O campo electromagnético do coração é o mais
potente de todos os órgãos do corpo: 5 mil vezes mais intenso que o do cérebro.
E tem-se observado que muda em função do
estado emocional.
Quando temos medo, frustração ou stresse
torna-se caótico.
E organiza-se com as emoções positivas.
Sabemos que o campo magnético do coração se
estende ao redor do corpo entre dois ou quatro metros, ou seja, todos que estão
ao nosso redor recebem a informação energética contida no nosso coração.
A que conclusões nos levam estas descobertas?
O circuito do cérebro do coração é o primeiro
a tratar a informação que depois passa para o cérebro da cabeça.
Não será este novo circuito um passo a mais na
evolução humana?
Há duas classes de variação da frequência
cardíaca: uma é harmoniosa, de ondas amplas e regulares e toma essa forma
quando a pessoa tem emoções e pensamentos positivos, elevados e generosos.
A outra é desordenada, com ondas incoerentes e
aparece com as emoções negativas. Sim, com o medo, a raiva ou a desconfiança.
Mas há mais: as ondas cerebrais sincronizam-se
com estas variações do ritmo cardíaco; ou seja, o coração incentiva a cabeça.
A conclusão é que o amor do coração não é uma
emoção, é um estado de consciência inteligente.
O cérebro do coração activa no cérebro da
cabeça centros superiores de percepção completamente novos que interpretam a
realidade sem se apoiar em experiências passadas.
Este novo circuito não passa pelas velhas
memórias, o seu conhecimento é imediato, instantâneo e, por isso, tem uma percepção
exacta da realidade.
Está demonstrado que quando o ser humano
utiliza o cérebro do coração, ele cria um estado de coerência biológica, tudo
se harmoniza e funciona correctamente, é uma inteligência superior que se
activa através das emoções positivas.
Este é um potencial não cativado, mas começa a
estar acessível para um grande número de pessoas."
Annie Marquier, in “Le Maître dans le Coeur”
terça-feira, 19 de junho de 2012
Da Observação à Contemplação
Quantas não foram as vezes que dissemos para nós mesmos que somos seres despertos, seres que deixaram a ignorância de uma vida virada para as coisas materiais e passaram a se interessar por temáticas espirituais, sem nos apercebermos que o verdadeiro despertar não vem do interesse que possamos ter neste tipo de assuntos, nem nas práticas ou técnicas que possamos praticar, mas sim no sentir do pulsar da Vida em tudo aquilo que nos cerca. Poderemos saber tudo de espiritualidade, praticar todas as técnicas existentes e sermos alguém tão adormecido quanto aqueles que se ocupam apenas de coisas materiais.
Sentir e perceber essa Vida que pulsa em tudo, e com essa percepção, podermos dizer, finalmente, que somos seres despertos, significa colocar toda a nossa atenção no momento presente e em tudo aquilo que ali acontece, sem deixar que a mente se disperse nas memórias daquilo que foi ou nas projecções daquilo que o nosso desejo pretende que seja. Trazer toda a nossa atenção para aquele instante, tornando-nos verdadeiramente conscientes, é o único caminho para o Despertar Espiritual. Não existe outro. É ali que nós percebemos pela primeira vez o que é estar num espaço tridimensional, pois até então, enquanto adormecidos, nos relacionávamos com esse espaço como se este fosse bidimensional.
Quando nós olhamos para uma paisagem num quadro, por exemplo, de imediato nos apercebemos da tridimensionalidade dos elementos apresentados através da perspectiva que o pintor usou ao elaborar a sua obra. Temos uma noção clara dos elementos que estão mais próximos e dos que estão mais afastados, contudo, essa noção de tridimensionalidade é uma ilusão criada pela nossa mente, pois num quadro, não existindo espaço entre os objectos e, por isso mesmo, estando todos num mesmo plano, nada é tridimensional.
O mesmo acontece quando observamos o mundo que nos cerca. Ao nos colocarmos diante de uma paisagem, por exemplo, a nossa mente, tal como quando estamos diante de um quadro, cria em nós a noção de tridimensionalidade através da perspectiva dos elementos dentro do espaço que está diante de nós. Uma vez mais estamos condicionados por uma reacção mental sem que possamos penetrar verdadeiramente naquilo que estamos a observar. Assim sendo, tudo em torno de nós, tal como num quadro, se apresenta como sendo bidimensional, pois aqueles elementos observados ficam como se estivessem todos num mesmo plano.
Para sair deste vício e começarmos a perceber verdadeiramente o espaço tridimensional que nos envolve, temos que trazer toda a nossa consciência para o momento presente e colocar de forma integral a nossa atenção naquilo que estamos a observar. É exactamente aqui que deixamos o estado de observação e penetramos no estado de contemplação.
Na contemplação nós percebemos o espaço tridimensional não mais através da mente e, por isso, a noção de perspectiva é irrelevante. Nós percebemos que esse espaço é tridimensional porque pela primeira vez tomámos consciência do vazio que separa cada elemento observado. Os objectos, por sua vez, que na observação têm apenas realidade para nós na face que está exposta para os nossos olhos, na contemplação passam a ter uma realidade completa e integral. Nós percebemos esse objecto na sua totalidade, tanto a parte visível como aquela que se oculta do outro lado. Ele é um todo que se relaciona com os outros através da respiração deixada pelo espaço vazio que está entre cada elemento, espaço esse que está totalmente presente na nossa consciência pela atenção integral que colocamos naquilo que observamos.
Estar inteiro no momento presente com a atenção totalmente focada no objecto, o que significa desactivar a mente de toda ou qualquer expressão, é penetrar no domínio da contemplação que, na verdade, é a única invocação verdadeira para que o nosso Ser Interno se possa expressar. É pela contemplação que Ele acontece no mundo através de nós.
Que não julguemos, no entanto, que contemplar é fugir da realidade do mundo, bem pelo contrário. Contemplar é dar realidade ao mundo, pois trazemos para a nossa consciência a Vida que pulsa em cada átomo que nos envolve, fundindo-nos com tudo. E isto que parece algo tão distante de nós, está, na verdade, ao alcance de todos e esta é a grande ironia que a Vida nos deixa, mostrando-nos como tudo pode ser tão simples.
Geralmente buscamos o Ser Interno das mais variadas formas, através dos mais variados métodos. Desejamos que um dia este possa expressar-se livremente através de nós e, motivados por esse desejo, empreendemos uma longa viagem pelos mais variados caminhos da expressão espiritual e suas múltiplas técnicas, contudo, a solução para que isso aconteça não está em nenhuma dessas coisas, mas sim AQUI. Está nesse vazio que tudo unifica, aqui mesmo, diante dos nossos olhos. E embora a solução seja simples, continuamos a não a ver, buscando os caminhos mais longos, mais complexos, mais elaborados. O segredo está exactamente em trazer a nossa consciência, através da atenção plena, para tudo aquilo que observamos, e aí, através dessa invocação, podermos abrir um conduto para que o nosso Ser Interno possa finalmente permear a substância dos nossos corpos e activar esse Fogo no centro do peito como núcleo irradiador do verdadeiro Amor.
Um dia, a contemplação não será mais um acto esporádico, mas permanente. Tudo o que vemos, fazemos, será feito com a consciência totalmente presente, através da atenção, no único momento que realmente existe que é o AGORA. E aí, o nosso Ser Interno poderá estar sempre connosco. Mas enquanto isso não acontece, enquanto esse estado contemplativo não for, para nós, como é o acto de respirar, algo natural, espontâneo, sem que nos tenhamos de ocupar com isso, podemos usá-lo como um exercício de invocação do Ser Interno, para que, aos poucos, possamos começar a sentir a Vida que está em Tudo.
E o exercício que proponho - um exercício simples que poderá, sem grandes métodos ou técnicas, ajudar a trazer para a nossa consciência tridimensional, mesmo que apenas por alguns instantes, aquilo que somos internamente -, consiste em nos deslocarmos até um lugar que nos seja agradável, embora a contemplação seja para ser vivida na integralidade da nossa vida, e por isso, em tudo aquilo que fazemos e em todos os lugares por onde passamos. Estando nesse lugar, que percebamos como nos temos relacionado com o mundo como se este fosse bidimensional, pois não tendo percebido esse espaço entre as coisas, é como se tudo estivesse num mesmo plano, sem respiração.
Tendo essa noção, comecemos por silenciar a nossa mente, trazendo-a para o momento presente, onde esta deverá ficar quieta, sem interpretar nada daquilo que iremos viver em seguida. Coloquemos então toda a nossa atenção, toda, naquilo que estamos a observar. Percebam tudo o que ali está: a textura, a espessura, a cor, o movimento e, ao mesmo tempo, não percam nunca a noção do espaço circundante. Façam como os mestres de artes marciais que, focalizando um adversário, conseguem ao mesmo tempo estar conscientes de todo o espaço circundante e assim não perdem de vista os restantes adversários, mesmo não os olhando directamente. Percebam o todo e, ao mesmo tempo, fundam-se com cada parte. Podem ficar parados num mesmo lugar enquanto observam tudo em torno de vocês, ou podem caminhar por esse espaço.
Se a vossa mente estiver silenciosa e não tentar conduzir o processo, e se nada for analisado a respeito do mesmo, vocês começarão a penetrar na Vida que ali está a pulsar, percebendo o espaço vazio entre os objectos. É aqui que saímos da observação para a contemplação. É como se estivéssemos diante de um quadro, que é bidimensional, e de repente, num instante, este se transformasse num holograma saindo para além dos limites da moldura.
Poderá ser que por algum tempo não consigam penetrar nessa Vida que pulsa em cada átomo, e assim entrar no estado de contemplação. É como nos estereogramas. Quantas horas não ficámos nós diante daquela folha de papel onde só existia ruído, mesmo que nos dissessem que ali estava uma imagem, sem que nada acontecesse. E de repente, num único instante, para nosso espanto, os nossos olhos fizeram aquele movimento necessário e como que por magia a imagem surgiu do meio desse ruído. É um pouco assim.
Fiquem diante dessa paisagem. Por alguns momentos, a vossa mente não vos dará tréguas, tentando fugir ou para o futuro ou para o passado. Mas tragam-na sempre para o momento presente e impeçam que esta se pronuncie sobre o que está a acontecer. Quando menos esperarem, tal como nos estereogramas, a imagem sairá do meio do “ruído” e vocês entrarão em contemplação. Quando isso acontecer, o vosso Ser Interno imediatamente se fará presente. Sentirão uma paz e uma leveza permearem cada átomo do vosso corpo e no centro do vosso peito um Fogo se fará presente. Esse Fogo é Amor Puro, irradiando para tudo e para todos.
E é exactamente aqui que o verdadeiro despertar acontece.
Paz Profunda,
Pedro Elias
Sentir e perceber essa Vida que pulsa em tudo, e com essa percepção, podermos dizer, finalmente, que somos seres despertos, significa colocar toda a nossa atenção no momento presente e em tudo aquilo que ali acontece, sem deixar que a mente se disperse nas memórias daquilo que foi ou nas projecções daquilo que o nosso desejo pretende que seja. Trazer toda a nossa atenção para aquele instante, tornando-nos verdadeiramente conscientes, é o único caminho para o Despertar Espiritual. Não existe outro. É ali que nós percebemos pela primeira vez o que é estar num espaço tridimensional, pois até então, enquanto adormecidos, nos relacionávamos com esse espaço como se este fosse bidimensional.
Quando nós olhamos para uma paisagem num quadro, por exemplo, de imediato nos apercebemos da tridimensionalidade dos elementos apresentados através da perspectiva que o pintor usou ao elaborar a sua obra. Temos uma noção clara dos elementos que estão mais próximos e dos que estão mais afastados, contudo, essa noção de tridimensionalidade é uma ilusão criada pela nossa mente, pois num quadro, não existindo espaço entre os objectos e, por isso mesmo, estando todos num mesmo plano, nada é tridimensional.
O mesmo acontece quando observamos o mundo que nos cerca. Ao nos colocarmos diante de uma paisagem, por exemplo, a nossa mente, tal como quando estamos diante de um quadro, cria em nós a noção de tridimensionalidade através da perspectiva dos elementos dentro do espaço que está diante de nós. Uma vez mais estamos condicionados por uma reacção mental sem que possamos penetrar verdadeiramente naquilo que estamos a observar. Assim sendo, tudo em torno de nós, tal como num quadro, se apresenta como sendo bidimensional, pois aqueles elementos observados ficam como se estivessem todos num mesmo plano.
Para sair deste vício e começarmos a perceber verdadeiramente o espaço tridimensional que nos envolve, temos que trazer toda a nossa consciência para o momento presente e colocar de forma integral a nossa atenção naquilo que estamos a observar. É exactamente aqui que deixamos o estado de observação e penetramos no estado de contemplação.
Na contemplação nós percebemos o espaço tridimensional não mais através da mente e, por isso, a noção de perspectiva é irrelevante. Nós percebemos que esse espaço é tridimensional porque pela primeira vez tomámos consciência do vazio que separa cada elemento observado. Os objectos, por sua vez, que na observação têm apenas realidade para nós na face que está exposta para os nossos olhos, na contemplação passam a ter uma realidade completa e integral. Nós percebemos esse objecto na sua totalidade, tanto a parte visível como aquela que se oculta do outro lado. Ele é um todo que se relaciona com os outros através da respiração deixada pelo espaço vazio que está entre cada elemento, espaço esse que está totalmente presente na nossa consciência pela atenção integral que colocamos naquilo que observamos.
Estar inteiro no momento presente com a atenção totalmente focada no objecto, o que significa desactivar a mente de toda ou qualquer expressão, é penetrar no domínio da contemplação que, na verdade, é a única invocação verdadeira para que o nosso Ser Interno se possa expressar. É pela contemplação que Ele acontece no mundo através de nós.
Que não julguemos, no entanto, que contemplar é fugir da realidade do mundo, bem pelo contrário. Contemplar é dar realidade ao mundo, pois trazemos para a nossa consciência a Vida que pulsa em cada átomo que nos envolve, fundindo-nos com tudo. E isto que parece algo tão distante de nós, está, na verdade, ao alcance de todos e esta é a grande ironia que a Vida nos deixa, mostrando-nos como tudo pode ser tão simples.
Geralmente buscamos o Ser Interno das mais variadas formas, através dos mais variados métodos. Desejamos que um dia este possa expressar-se livremente através de nós e, motivados por esse desejo, empreendemos uma longa viagem pelos mais variados caminhos da expressão espiritual e suas múltiplas técnicas, contudo, a solução para que isso aconteça não está em nenhuma dessas coisas, mas sim AQUI. Está nesse vazio que tudo unifica, aqui mesmo, diante dos nossos olhos. E embora a solução seja simples, continuamos a não a ver, buscando os caminhos mais longos, mais complexos, mais elaborados. O segredo está exactamente em trazer a nossa consciência, através da atenção plena, para tudo aquilo que observamos, e aí, através dessa invocação, podermos abrir um conduto para que o nosso Ser Interno possa finalmente permear a substância dos nossos corpos e activar esse Fogo no centro do peito como núcleo irradiador do verdadeiro Amor.
Um dia, a contemplação não será mais um acto esporádico, mas permanente. Tudo o que vemos, fazemos, será feito com a consciência totalmente presente, através da atenção, no único momento que realmente existe que é o AGORA. E aí, o nosso Ser Interno poderá estar sempre connosco. Mas enquanto isso não acontece, enquanto esse estado contemplativo não for, para nós, como é o acto de respirar, algo natural, espontâneo, sem que nos tenhamos de ocupar com isso, podemos usá-lo como um exercício de invocação do Ser Interno, para que, aos poucos, possamos começar a sentir a Vida que está em Tudo.
E o exercício que proponho - um exercício simples que poderá, sem grandes métodos ou técnicas, ajudar a trazer para a nossa consciência tridimensional, mesmo que apenas por alguns instantes, aquilo que somos internamente -, consiste em nos deslocarmos até um lugar que nos seja agradável, embora a contemplação seja para ser vivida na integralidade da nossa vida, e por isso, em tudo aquilo que fazemos e em todos os lugares por onde passamos. Estando nesse lugar, que percebamos como nos temos relacionado com o mundo como se este fosse bidimensional, pois não tendo percebido esse espaço entre as coisas, é como se tudo estivesse num mesmo plano, sem respiração.
Tendo essa noção, comecemos por silenciar a nossa mente, trazendo-a para o momento presente, onde esta deverá ficar quieta, sem interpretar nada daquilo que iremos viver em seguida. Coloquemos então toda a nossa atenção, toda, naquilo que estamos a observar. Percebam tudo o que ali está: a textura, a espessura, a cor, o movimento e, ao mesmo tempo, não percam nunca a noção do espaço circundante. Façam como os mestres de artes marciais que, focalizando um adversário, conseguem ao mesmo tempo estar conscientes de todo o espaço circundante e assim não perdem de vista os restantes adversários, mesmo não os olhando directamente. Percebam o todo e, ao mesmo tempo, fundam-se com cada parte. Podem ficar parados num mesmo lugar enquanto observam tudo em torno de vocês, ou podem caminhar por esse espaço.
Se a vossa mente estiver silenciosa e não tentar conduzir o processo, e se nada for analisado a respeito do mesmo, vocês começarão a penetrar na Vida que ali está a pulsar, percebendo o espaço vazio entre os objectos. É aqui que saímos da observação para a contemplação. É como se estivéssemos diante de um quadro, que é bidimensional, e de repente, num instante, este se transformasse num holograma saindo para além dos limites da moldura.
Poderá ser que por algum tempo não consigam penetrar nessa Vida que pulsa em cada átomo, e assim entrar no estado de contemplação. É como nos estereogramas. Quantas horas não ficámos nós diante daquela folha de papel onde só existia ruído, mesmo que nos dissessem que ali estava uma imagem, sem que nada acontecesse. E de repente, num único instante, para nosso espanto, os nossos olhos fizeram aquele movimento necessário e como que por magia a imagem surgiu do meio desse ruído. É um pouco assim.
Fiquem diante dessa paisagem. Por alguns momentos, a vossa mente não vos dará tréguas, tentando fugir ou para o futuro ou para o passado. Mas tragam-na sempre para o momento presente e impeçam que esta se pronuncie sobre o que está a acontecer. Quando menos esperarem, tal como nos estereogramas, a imagem sairá do meio do “ruído” e vocês entrarão em contemplação. Quando isso acontecer, o vosso Ser Interno imediatamente se fará presente. Sentirão uma paz e uma leveza permearem cada átomo do vosso corpo e no centro do vosso peito um Fogo se fará presente. Esse Fogo é Amor Puro, irradiando para tudo e para todos.
E é exactamente aqui que o verdadeiro despertar acontece.
Paz Profunda,
Pedro Elias
O Céu alerta - Reflexões
Ler
– Falar – Escutar – em diagonal……
Vivemos tempos de mudança acentuada,
em que crescem: a ignorância, o medo, a insegurança, a e em que mingam: a
sabedoria, a compaixão, a liberdade.
O
conceito Pessoano de que ignorância é sinonimo de inocência, é inocente em si
mesmo, mas desajustado dos tempos actuais.
A real
postura de inocência apenas perdura numa Irmandade dinâmica e participativa mas
totalmente desinteressada.
Com
meios informativos abrangentes e de livre acesso (livres, mas não inocentes),
conhecem-se aprimoradamente todas as referências mundanas…..No entanto, todos estes
“conhecimentos”, são apenas a ilusão momentânea de anseios subvertidos da
essência da nossa missão de vida.
Nesta
escola (Terra) de formandos que somos todos nós, muitos Seres passaram de
formados, a formatados, advindo daí as graves sequelas que afligem os seus
campos holísticos, do físico ao emocional, psíquico e mental.
Neste
clima de nevoeiro cerrado, onde se percepciona a ansiada luz (nossa procura
fundamental), são muitos os atalhos que se trilham, não por inocência….mas
por um enraizado egoísmo…
Busca-se o caminho fácil, as sortes,
os milagreiros, paga-se para se ouvir, aquilo que o nosso ego quer
ouvir…
Esse
mesmo ego que analisa e barra toda informação que chega até nós, quando esta não
se coaduna com as directrizes já formatadas no nosso mental inferior. Mas que
por vezes, seria essa informação rejeitada que traria as respostas tão
procuradas.
Assim,
e com a desgastada desculpa de falta de tempo, lê-se pouco, e quando se faz, é
em diagonal…
-
limita-se o campo expansionista da consciência
-
recorta-se a paleta de opções de escolha
- auto
- cerceia-se a liberdade
-
promove-se a ignorância
Ao
restringirmos a absorção de conhecimentos àqueles onde o ego se define e
realiza, entramos na mais completa submissão à “formatação” materialista, e
fundamentalista, tirania silenciosa que grassa pelo mundo.
No falar, o “diagonal” é moda! Numa dialéctica condensada de factores abstractos de descomprometimento que visa apenas, à integração mundana e profissional.
Esta
postura alarga-se ao plano afectivo e emocional, onde o orgulho, o medo, o
preconceito se tornam factores de desqualificação de prova antes da partida,
iniciamos a prova com o resultado viciado, não pelo que realmente somos ou
sentimos, mas pelo que nos queremos fazer ser, ou parecer.
A voz da Alma deixou de se
ouvir.
Perdeu-se a capacidade de
ouvir, com o coração….
Em
tempos de transmutação vamos recordar que somos emissores e receptores da voz da
Consciência Suprema, que como célula indivisa, somos o resultado tão só, e
apenas, daquilo que emitimos.
Que a
nossa intuição nos liberte das amarras limitadores do ego e do medo, e da
dependência alheia.... Que pelo trabalho, possamos conhecer as vias do
conhecimento. Por ele, podemos adquirir os meios a usar na Grande Obra, no Auto
- Conhecimento que por sua vez nos eleve a uma autêntica Vida
Integral.
Que
o ouvir e o falar,
possam voltar a revestir-se da sacralidade devida, pela veracidade da alma, pelo
sentir do coração. Ferramentas de amparo, de partilha, que estejam e sejam, a
cada momento, revestidas de AMOR.
A.
"Advirto-te, sejas quem fores…
Tu, que desejas sondar os arcanos da Natureza.
Se não encontras dentro de ti aquilo que procuras…
tampouco o poderás encontrar fora.
Se ignoras as excelências da tua própria casa,
como poderás encontrar outras excelências?
Em ti se encontra oculto o tesouro dos tesouros!
Homem! Conhece-te a ti mesmo
e conhecerás o Universo e os Deuses"
Tales de Mileto (640 - 550 a .C.) Filosofo –
Tu, que desejas sondar os arcanos da Natureza.
Se não encontras dentro de ti aquilo que procuras…
tampouco o poderás encontrar fora.
Se ignoras as excelências da tua própria casa,
como poderás encontrar outras excelências?
Em ti se encontra oculto o tesouro dos tesouros!
Homem! Conhece-te a ti mesmo
e conhecerás o Universo e os Deuses"
Tales de Mileto (640 - 550 a .C.) Filosofo –
Matemático – Fundador da Escola Jónica
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Entardeceres
Entardeceres
Gotas de sol vestem minha alma nua
despida de preceito, mentira, ilusão,
Palavras vãs
mas nunca vazia, do amor que se não diz
porém se faz, e da paixão pela essência da
cópia singela de cada sopro de Deus que
feito homem, se expande em pão e paz e
por tudo, ou tão só, o que valha a pena
A.
Amanheceres
Amanheceres
Dimensão feérica, palpitante, calor
do sol lilás reflectido na parede de cristal, ressoada
de gotículas de prata que se abriam, devagar, como uma
flor, que de seu cálice, emitiam o mais belo som, tua
voz
alta torre de silencio que o cansaço não me deixa
escalar, despertei, porque a fonte não se esgota e
no mundo dos sonhos se estreita e enriquece na
tese que é Deus a experimentar o
Amor versus Vontade
A.
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