sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Recados do Céu


Era uma vez...

Num bosque de sombras vivia um passarinho

Perguntava a quem passava qual a rota do Sol

Sentia, ser esse o caminho para o Reino, seu lar

Asas cor de azeviche, que a Lua quer emitar

Jeito de corsa ferida por setas de amores míticos

Emitia um grito de guerra, escarpa rochosa

Que à sua Alma, impedia qualquer de chegar

Coração tão grande, que ao Céu podia abarcar

Teia de mágoas....

Que não conseguem apagar a luz do seu olhar

Fogo gerado na raça dos Anjos que encarnam

Testemunhos, de quão presente, é o amor eterno

O tempo é chegado...

De semear o oiro que te foi dado a guardar

            – Paz – Harmonia – Alegria –

Fénix renascida, candeia de sorriso disfarçada

Ilumina os trilhos, que o céu tem ainda para te dar...



Do Céu... para Ti





sábado, 8 de dezembro de 2018

Da minha janela

Dedos que dançam no teclado
No olhar meço o Céu, palmo a palmo,
Espatulado, azul entornado
Monet inacabado
No debrum das nuvens
Baloiçam asas serenas
Pressentidas apenas
Do anjo extraviado nos labirintos lunares
Acena-me em gesto de reconciliação
Abro a janela, e o coração, de par em par
Alegria, minha, do que sou sem ser, do ser
Que se perde e se encontra sem se perder
Chão que rodopia e lança o pião, sempre
Na mesma direcção, sem terra ou semente
Apenas a fé, que sou e estou em toda a gente
A. 


sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

O homem livre sempre amará o mar





O homem livre sempre amará o mar

Inspira-se na sua respiração ofegante
com que canta baladas ao céu e à lua

Recolhe-se em oração pelos ausentes
a quem o mar deu guarida e libertação

Dele, recolhe o valor das ondas perenes
ou do som que embala suas memórias

Nele derrama lágrimas inexpressivas
pela liberdade de ser, o que não quer

O homem livre sempre amará o mar


A.


terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O Caminho faz-se Caminhando


“Para mim é muito penoso não saber-te amar melhor, é necessária uma coragem que em mim não encontro; a fragilidade da condição humana derrota-me muitas vezes. Então lembro que vieste cá mostrar o caminho, de como transcender a essa mesma condição seguindo teu exemplo teu amor. Bem Hajas Senhor.”

http://oro-contigo.blogspot.com/


Bem Hajas Senhor

domingo, 11 de novembro de 2018

Santuário





Santuário

Vi tua alma peregrina
Derrubar as paredes opressoras

Galgar degraus que fendem o infinito
Pintar vitrais de luz e sombra, imortais

Orar em altares perfumados de sândalo
Enfeitado de anéis cor de açafrão

Em tempo de absolvição

Jaz a alma, livre, gloriosa concepção 
Mãos em concha bem junto ao coração

No tempo infinito, esboço nebuloso
Sonho de Deus codificado

Com meus dedos perfumados
Cinjo teu rosto com louros

Coroa reservada aos iniciados
N`alameda da consagração



A.


Salva de Prata


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Estrela Vespertina


Onde ficou o teu ouro, minha estrela vespertina
De que sombra se vestiu, meu olhar obscureceu

É a sombra daquele que se perdeu, que
sem saber fazia o ouro brilhar como teu

Moldura de retrato, de um amor em abstracto
No correr das eras, fora do tempo, renasceu

A fina lamina do punhal de um dia, que no som
da mesa equilibra o jorro de sangue do coração

De Hermes tomas as asas, de Mercúrio o caduceu
Ave sem rumo, peregrina, que da Arcádia se perdeu

Para se encontrar no infinito de um vago olhar,
lamento de um grito amordaçado pelo respirar

De tormentos te enfeitas, os quais fazes brilhar
Como se foram jóias, do teu coração a soçobrar


Requintes de um incontornável exterminar,
da salvação que muitos te querem ofertar

Cada segredo é um peso, do jugo secular
Nas marés do olvido procuras libertar

Da prisão das palavras e maravilhas,
que em vão se tentam culminar

Mergulha no saber, dá voz ao sentir
Pelo barca serena da compreensão

Manifeste-se em ti o saber do Mestre,
e no repetente, finalmente uma redenção

Reanima a tua chama de Alma consagrada
Ao sonho primevo, filho, irmão, Anjo de Luz

Corpo de paz, estrume da terra, seara de dor
plano maior, as flores vai beijar.

Setembro 2012
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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Silêncio




Silêncio



No silêncio da alma aprimora-se o sentir

Dos nítidos acordes que os Céus povoam

Os que se guiam pela luz da fraternidade

Os perdidos que tocam as encruzilhadas

Os que nascem e se eternizam em amor

Os que só se enfeitam de radiante cor

Os que fomentam a dor e o desamor

Os que geram amor só pelo acreditar

São as notas da pauta que se faz vida

Causas, efeitos, escolhas a trautear


A.


sábado, 4 de agosto de 2018

No pátio do recreio

No pátio do recreio os corações brincam às escondidas, mas por mais que procurem… não existe lugar algum onde possam esconder-se… e a terra estremece, o mar endoidece, o céu escurece, a seca acontece, a dor perpetua-se… Porque o coração tem esse poder, o de influenciar: a rudeza das montanhas - as tempestades solares - as nascentes de água - as fases lunares - as tormentas do mar. 

Pobres corações…

A.


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

O Cais



Todos temos um cais de onde partimos e aonde chegamos
Cada dia mergulhamos na faina da vida, léguas e funduras
Mas o cais, esse está sempre lá…
Mestre-escola das sendas da vida,
O coração mapeia o labirinto dos porquês
Em dias que estremece de saudade
O Espírito liberta-o, voga sereno
Porque o cais, esse está sempre lá…

A.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O Príncipe




O Pequeno Príncipe 


Menino pequeno, perdido no mundo 
sozinho e cercado de imagem e ilusão, 
vagando, vagando sem número e data, 
descobre a verdade no meio do chão. 

Descobre na terra, de olhos pr'o ceu, 
pequeno menino perdido e sozinho, 
reinados de estrelas, de sóis e de flores, 
poemas ficados na cruz de um caminho. 

Menino pequeno, sozinho encontrou 
prazer escondido de olhar e sonhar 
viver e cantar, beijar e reinar, 
deitar e chorar, num berço de ar 

Menino tão só, perdido e pequeno 
que veio do céu, que acaba no mar, 
com um sopro retira, do chão, essa gente 
e ensina que é fácil ter asa e voar 

Menino sozinho, no mundo perdido 
Menino perdido, pequeno e querido.

Antoine de Saint Exupery




Conjugar o verbo Amar




Era uma vez….

Um anjo doutros céus em peregrinação. Tinha mil anos quando nasceu. Investido do poder da sedução, com esta, fez a sua legião.

Cavalgou os terrenos pantanosos, onde se formou, na idade dos porquês tudo nele eram teses vivenciadas, saturadas, vazias.

Luz e escuridão, empurrar e puxar, como as marés que a Lua provoca no mar, fez castelos para o siroco habitar.

Fez-se homem no alimento de tantos seres, aproxima-se de Deus, para a ele se igualar, ou quem sabe, nele se encontrar, veste-se de paz,  sem a conseguir assimilar.

De guerreiro se investe qual cavaleiro feudal, em demanda intemporal, de um graal orlado de conchas e raios de sol, onde minas dão flor de minério exuberante.

Emite esteira de amarga luz que se matura e engrandece no amor que colhe sem nunca o semear.

Baloiça-se nas ondas, na lua adormece. Cresce e retorna à origem do céu de onde emigrou pela escada da liberdade, porque é um Anjo, que ensaia o voar. 

O seu rumo? Aprender, a conjugar o verbo Amar.

A.





terça-feira, 31 de julho de 2018

Nascer a cada dia



Com um anjo aprendi que podemos nascer, a cada novo dia
Que a velha frase se eu soubesse o que sei hoje, tem serventia
Em "circa diem" o mesmo cenário renovar, e outra obra realizar
Naus transformadas,  viajantes sem milhas em mares circulares
Abraçar o tornado como a um cavalo alado e  deixar-se levar
Sentir o sabor do mar, aprendizado, seja  doce, ou salgado
E as tempestades, berços de junco em mão amorosa embalados
Em cada homem decalcar o amor, apenas com a tinta do olhar
Aos rostos mil vezes encontrados dizer, muito gosto em conhecer
Toques harmoniosos dos sinos celestes nas horas das trindades
Ao findar cada dia, a nau enfeita o cais com os seus tesouros
No raiar da aurora, zarpa segura a circun-navegar um novo dia

A.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

“Nunca houve a presença do coração completo”



“Nunca houve a presença do coração completo”


Li algures esta frase em que o autor se auto interpreta como alguém que nunca entregou o coração em nenhuma vertente da vida.
Interessante premissa de reflexão sobre a dualidade comportamental.
Sendo a mente falível por doença, por imaturidade, por vícios entranhados, por frustração, entre outros, cria uma amálgama onde se inserem opiniões desarticuladas que abalroam as mais fundamentais normas éticas e humanísticas.
A presença do coração completo, é o ponto de equilíbrio que evita as quedas, que cura a mente, que promove a fase alquímica que transforma conhecimento em sabedoria.
A presença do coração completo, é a via de construção do Ser em todo o seu esplendor na busca da sua herança Divina

A.


O Perdão



“O perdão é um acto unilateral de amor»
José Tolentino de Mendonça


Quando perdoamos, é um sentir de nós para nós que nada tem a ver com outros.
A imensa carga de desarmonia que grassa no mundo devido às condições previstas para as grandes mudanças e paradigmas de consciência, aliada às já existentes em tantos seres, tornam os relacionamentos de qualquer tipo num campo fértil de factos e ocasiões onde o exercício do perdão se torna imperativo.
Mas também sabemos que são inúmeras as ópticas pelas quais os envolvidos em situações desarmónicas com os seus variados níveis de gravidade e intensidade, se esquivam da responsabilidade, humildade, consciência dos seus actos, o que retira, obviamente, seriedade e autenticidade à intenção do “perdão”
Assim o conceito que denominamos de perdão, deve, antes de mais, tornar-se “num acto unilateral de amor”.
Devemos perceber que perdoarmo-nos é a regra de ouro para a cura de qualquer ferimento, o outro, ou outros, têm as suas próprias contas e ajustes consigo mesmos e com o Universo.
Tenhamos sempre presente, que perdoar, não impõe aceitação, conotação, ou qualquer outra forma de desrespeito aos nossos sentires ou convicções, apenas e tão só nos impulsiona para o degrau seguinte onde a visão se reajusta, as escolhas se tornam mais lúcidas, pela junção da integralidade do nosso Ser, e assim, possamos percorrer o Caminho, agora mais iluminado pelas vias do amor que a nós próprios concedemos, e que no caso podemos chamar “perdão”

A.




domingo, 29 de julho de 2018

Sentidos




Como eu gostava de saber escrever
Em letra viva, na alma impressa
Os mil sonetos dos teus sentidos
Que migram em bando aos meus
Do teu olfacto capto o mar numa redoma
Do palato, o sabor dos paraísos perdidos
Do ouvir, a sinfonia das pautas em branco
Da tua voz, o eco do teu coração a versar
Do olhar, os céus onde aprendo a voar
Do tacto, o trovão que ecoa na pele
Da tua Luz que em meu seio nutro
O brilho sagrado que resgata o mundo


Como eu gostava de saber escrever…

A.



sábado, 28 de julho de 2018

A Alma no Beijo



A  Alma no Beijo



O beijo é o selo de todas as alianças
A mais bela flor do nosso jardim
Com tantos e doces beijos confortou
Mirian os pés de seu amado Jesus
Com um beijo, o Cristo se cumpriu

Beijar com a alma é moldar
A omnipresente ternura da criação
Como a semente no bico dos pássaros
Semeia a prodigalidade por onde passa
Colheita, das bênçãos de Deus

A.



segunda-feira, 23 de julho de 2018

Asas perdidas


Para além do Tempo, do Espaço, da Matéria, O ALEPH é um Toque de Deus





Aleph pode ser comparado a um espelho interdimensional com que algumas pessoas se vêm agraciadas em algum período das suas vidas. Aleph é um portal, cujo acesso requer, uma, duas, ou mais chaves. 

Não sendo um prémio, mas pode ser considerado um facilitador para aqueles que estão prontos e disponíveis para o salto ascensional.

São estes, também, que carregam em si, o ónus de grandes responsabilidades positivas e negativas das suas múltiplas vidas. 

Pela conjuntura criada pelos códigos comuns de duas ou mais pessoas, gera-se a brecha em dimensão intemporal, que permite o acesso às vivências mais marcantes dos personagens, recriando dons, sublimando desafectos, desbloqueando traumas, reequilibrando carmas.
É sem dúvida uma experiência extraordinária que ocorre por pequenos periodos temporais e que se repete, ou não, em conformidade com a compreensão e o respeito para com esta dádiva Divina.

As consequências destas experiências são sempre marcantes, requerendo dos envolvidos grande abertura mental, a superação das baixas emoções, e uma compreensão plena e abrangente das vivências insólitas em que se vêm inseridos, quantas vezes procedendo ao fecho de acontecimentos traumáticos que os ligam entre si há muitas vidas.

O Aleph, é o amor de Deus em acção por aqueles que, por méritos acumulados, são postos à prova do ver mais além, na obtenção do equilibrio necessário, para novos desafios deste mundo em mudança.

Sem rituais ou locais especiais, o Aleph gera-se do nada, apenas pela sincronia energética, e o plano alonga-se para que cada personagem dê o seu melhor, na transformação interior.

Nem sempre compreendido, quando as facetas do ego, inveja, o mal, levam a palma, o Aleph parte, tal qual como um comboio que se perde, assim se perde a oportunidade de ouro, ponte transcendente dos chamados.


A.


sexta-feira, 20 de julho de 2018

Imaginem





   Imaginem…..que são o refrão desta canção
Que vosso olhar, é lago de paz onde todos possam mergulhar

Imaginem…..as vossas mãos a abençoar
Emanação de um abraço partilhado, desenhado no ar

Imaginem…..que o coração universal, é o vosso, a soar
no apreço, elevação e conforto da vossa palavra a doar

Imaginem que as cores de Deus desabrocham
no enlevo e amor que colocam no Caminho, ao andar

Imaginem…..a vossa Alma como farol a iluminar
Anjos a despertar, escultores, do amor incondicional

Imaginem...aceitem, a vossa essência sagrada, pois sois
testemunhos, herdeiros, do Mestre secular

A.







sexta-feira, 13 de julho de 2018

O bater de asas




Nos confins do mundo conhecido, a borboleta bateu as asas douradas, santo e senha do efeito de onda lento e progressivo da ascensão.

Magma em ebulição a bulir com as raízes cansadas que se rendem com o estertor da árvore quando é derrubada, e as amarras mentais vão sendo desgastadas na disfarçada loucura da escravização a que chamam racionalidade civilizacional.

Outras, as vides fortificadas, libertas das raízes do ego/individualismo ganham asas, são hostes numericamente pequenas embebidas do sal da terra e da essência do céu, como pássaros em migração, ajustam o V da formação, energia taquiónica, poder de tração, são a força de elevação.

No tempo do não tempo tudo se cumpre no plano de Deus (Consciência Suprema)

A. (Vozes da Terra)


quinta-feira, 12 de julho de 2018

Madrugada minha


É na madrugada que a luz é mais pura

Na ténue escuridão que luta por vencer

Não engalanada pelo que acredita ser

Contém em si a força do sol por nascer