Lança-se no vento sem bússola ou norte
Ou seria no mar, arremesso sem guia
No pó da terra, quer raízes firmar
Floco de neve em ciclo solar
Sonho de cavaleiro andante
Da vida, o palco da mente a migrar
As mil deixas que precisa declamar
São santo e senha para o rasto firmar
Armada de caravelas perdidas
Bandeiras rasgadas que o tempo traiu
No porão, arca velha, desenhos de carvão
Da fonte renovada de que se alimentou
Tempera de aço fino em forja de desamor
Em asas alquebradas séculos transpôs
Graça dos céus, que o tempo chegou
E a realidade suprema, renovou
A.